grudados na janela
escorrendo a chuva por detrás do vidro
fazem zig-traço-zag
todos os verbos choram andorinhas
sóbrio
para dizer a insanidade
tento encontrar,
mas as formas, todas elas
não se dão
perdidas, barulhentas
são
portas emperradas
que meus lábios
se recusam a mover
estou a calar
para que enxergue:
a tantos passos da mudez,
infinitamente
grito
me abra.
farta do real.
a verdade é um eufemismo de tolos
escrito com marasmo e incerteza.