domingo, 12 de fevereiro de 2012

meus papéis


grudados na janela

escorrendo a chuva por detrás do vidro
fazem zig-traço-zag


todos os verbos choram andorinhas



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Esse tom



sóbrio
para dizer a insanidade
tento encontrar,
mas as formas, todas elas
não se dão
perdidas, barulhentas
são


portas emperradas
que meus lábios
se recusam a mover


estou a calar
para que enxergue:
a tantos passos da mudez,
infinitamente
grito


me abra.

Estou



farta do real.


a verdade é um eufemismo de tolos
escrito com marasmo e incerteza.