Querido amigo,
sou uma fotografia envelhecendo.
certas vezes sinto que estou parada no tempo,
outras, percebo os vários tempos parando em mim.
minha tentativa de controlar o instante
[um par de semibreves
que a chuva faz quando anuncia que não vai mais cair]
é o bolor das horas seguintes.
essas pernas que me andam
enferrujam o presente.
finjo marcar caminhos,
mas em verdade espero
que os caminhos me marquem.
Texto de uma profundidade infinita, de palavras que navegam no âmago do espírito e nos faz sentir vivos, humanos, donos do tempo, e o mais surpreendente, nos revela o caráter universal da poesia.
ResponderExcluirTbm espero que os caminhos me marquem.
ResponderExcluir"Essas pernas que me andam" me levam aos caminhos que você traça, todos a incerteza de um momento suspenso no espaço, todos a esperança da memória que de bom grado persiste... se existe.
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